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Quinta - 02 de Junho de 2011 às 20:38
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta
Tem um ano e nove meses que as obras do PAC do saneamento em Cuiabá e Várzea Grande estão paralisadas. As duas prefeituras já jogaram a toalha. O governo do Estado está fazendo esforço em Brasília para tentar tocar as obras. Mas tem empecilhos.

Se até o fim do ano as obras não forem reiniciadas, o governo federal pode tirar os investimentos nas duas cidades - algo como R$ 300 milhões a fundo perdido. Além do prazo exíguo tem outro problema: os projetos feitos anteriormente são ruins. Fazer outros toma tempo. A tentativa de negociação do governo em Brasília é aumentar a data limite para a conclusão da obra.

A rua está apontando dedo para todos os lados sobre esse assunto. E um desse dedo apontado é para a Operação Pacenas. Calma, ninguém que ouvi defende corrupção.

A Pacenas é aquela que grampos telefônicos pegaram empreiteiros combinando preços e obras divididas. A Justiça Federal em Brasília, mais tarde, anulou essa ação por erros técnicos de quem a fez.

Os comentários sobre aquela operação são enormes. Um deles é que foi feita para pegar politicamente o Wilson Santos. Ou para não sair dinheiro para a eleição de governador para esse ou aquele candidato. O motivo mais citado, certo ou errado, é que ela tinha cunho político. Baseiam essa opinião no fato de que os grampos tinham sido feitos muito tempo antes de quando foram liberados para a imprensa.

Mas, por outro lado, a Operação Pacenas acabou prestando um serviço positivo à população dessas duas cidades. Ao provocar aquele auê, as obras foram suspensas. Se fossem concluídas teriam sido obras públicas de péssima qualidade tendo em vista que os projetos a serem executados eram para enganar os idiotas que somos nós. Uma obra tão importante para o futuro de gerações seria feita naquele estilo que conhecemos no estado: uma porcaria que logo estaria dando problemas.

Os grampos da Operação Pacenas ainda mostraram como funcionam na prática as empresas que constroem obras públicas no Estado. Mostrou empreiteiros falando em telefone celular o que queriam. Não podia ser ingenuidade, era confiança de que nada nunca acontecia.

Sobram cascudos também para o Ministério Público Estadual e Federal, para o TCE, as prefeituras e a CEF. Todos acham que os projetos deveriam ser analisados com mais rigor e cuidado.

Aí é que está o problema, se falhos, teremos obras ruins. Se feito para enganar trouxas, tira-se dinheiro para campanha ou propinas e as obras também serão ruins.

Os fatos indicam que há um pequeno rebuliço sobre obras malfeitas quando a mídia dá destaque. Enquanto aquilo é assunto todos falam que farão o dever de casa. Passado aquele momento a tendência é o esquecimento. Um dia talvez melhore.

 Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com


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