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Terça - 26 de Abril de 2011 às 13:20
Por: Domingos Ricca

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Domingos Ricca: Sócio - Diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional e da Revista Empresa Familiar.
Domingos Ricca: Sócio - Diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional e da Revista Empresa Familiar.
Pietro Ferrero, Diretor-Executivo e herdeiro do Grupo Ferrero, filho de um dos homens mais ricos da Itália, Michelle Ferrero, e neto do fundador da marca, faleceu no último dia 19 de abril em um acidente na África do Sul.

A companhia foi fundada em 1946, com a criação de uma pasta de avelã em um pequeno laboratório italiano. Hoje, a marca está presente no mundo todo com 38 empresas operacionais, 18 fábricas de produção e 21.600 empregados. Em apenas 65 anos, o Grupo Ferrero tornou-se uma referência como empresa de sucesso, mantendo sua cultura familiar frente aos negócios.

Segundo o especialista em profissionalização e sucessão de empresas familiares, Sócio-Diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional, Domingos Ricca, a cultura empresarial é um conjunto de posicionamentos que traduz os princípios e crenças fundamentais da organização. Além disso, ela reflete na forma como o empreendimento conduz sua estratégia, define sua estrutura de responsabilidades e estabelece seus sistemas de direção.

No caso das empresas familiares, é comum que os valores cultivados no lar sejam transportados para o trabalho e a cultura familiar passe a ser a cultura da empresa.

“Analisar e entender a cultura empresarial é essencial para conseguir desenvolver processos de sucessão e profissionalização”, afirma Ricca. “Os herdeiros precisam compreender a trajetória de vida do fundador, seu carisma e sua liderança, pois são esses fatores que irão fazer a empresa seguir o caminho traçado pelo fundador”. Adotar as práticas organizacionais e entender seu significado faz com que seja mais fácil a continuação da gestão dos negócios.

A cultura familiar dos Ferrero foi um fator fundamental no desenvolvimento e na perpetuação da empresa. Os valores e princípios transmitidos na postura adotada frente aos funcionários e ao mercado consumidor, foram mantidos pela família nas três gerações. É importante a presença do fundador no processo sucessório para que a empresa não perca sua cultura e valores.

No Brasil, de cada 100 empresas familiares, 30 sobrevivem à segunda geração e apenas cinco chegam à terceira. “Geralmente, o que ocorre nessas empresas é que o fundador cria um império baseado em um sonho pessoal e chega ao final da vida com dificuldade de compartilhar os valores que seu negócio representa”, explica Ricca.

Geralmente, o fundador consolidou uma ideologia vinculada aos valores que representam seu perfil, a qual deve nortear as futuras gerações e servir de base para o planejamento sucessório.

No caso do Grupo, Michelle Ferrero, que trabalhou com seu pai e fundador desde a infância, continua na administração. O herdeiro Pietro fazia parte da direção junto ao seu irmão Giovanni. Agora, cabe a Giovanni a responsabilidade de assumir a gestão da empresa e preparar as novas gerações para seguirem a cultura da família em sua trajetória. Esse é o sonho de perpetuação dos negócios familiares.

Domingos Ricca: Sócio - Diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional e da Revista Empresa Familiar. Consultor especializado em empresas familiares. Certificado em Governança Corporativa pela SQS Suíça e Fundação Vanzolini, realizada em Buenos Aires Argentina. PhD em administração, professor de graduação e pós-graduação, autor de livros sobre os temas: empresa familiar e marketing de varejo. E-mail: ricca@empresafamiliar.com.br.


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