Toque de Alerta - toquedealerta.com.br
Geral
Sexta - 15 de Abril de 2011 às 17:05
Por: Teomar Estevão Magri

    Imprimir


A energia elétrica está cada vez mais presente e indispensável no nosso dia-a-dia. É ela que nos propicia conforto e impulsiona as atividades produtivas. No instante em que se anuncia um reajuste na tarifa concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ficamos todos preocupados. Afinal, trata-se de uma despesa a mais, que não estava prevista. Contudo, diante desse contexto, também cabe a nós uma reflexão sobre como fazemos a gestão desse importante componente no orçamento doméstico.

O consumo de energia elétrica registrado no mês é o produto da potencia elétrica dos nossos equipamentos elétricos - em watts - multiplicada pelo tempo de uso - em horas. O resultado dessa equação é o famoso kWh que vem na nossa conta de luz. Em princípio, o componente essencial dessa equação é o tempo, o qual precisamos saber gerenciar. Banhos demorados, luzes acesas sem necessidade, aparelhos de TV ligados sem ter alguém assistindo, e por aí vai. Porém, a economia final pode ser mais expressiva quando nos preocupamos também com outros fatores. A base de um bom programa de gestão da utilização da energia está em três pilares: hábitos inteligentes + equipamentos eficientes + projetos inteligentes. A seguir, falemos um pouco de cada um.

Ter hábitos inteligentes significa preocupar-se com o tempo e consumir conscientemente. Isso inclui utilizar timers para programação do desligamento da TV e do ar-condicionado, usar chuveiro elétrico na posição verão, usar a máquina de lavar com a capacidade máxima de roupas, passar as roupas de uma só vez. Também é importante fazer a manutenção dos equipamentos, limpando os filtros do ar-condicionado, da máquina de lavar e os furos do chuveiro, além de verificar as instalações elétricas internas.

Equipamentos eficientes são aqueles que possuem o selo de economia do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Esse selo identifica produtos que foram testados e comprovadamente consomem menos energia. Os equipamentos mais econômicos recebem a classificação da letra A seguidos de B, C, e assim sucessivamente. Às vezes, pagamos mais barato por um equipamento que está em promoção e que consome mais energia. O que inicialmente pode representar um ganho e uma economia, a médio prazo significará um gasto a mais com a conta de luz. Outro ponto a ser avaliado é o momento de, gradativamente, substituir os equipamentos mais antigos - em função de sua vida útil e do custo de manutenção elevado - e adquirir equipamentos já sintonizados com nosso desejo de economizar. Por fim, uma boa dica é substituir lâmpadas incandescentes por lâmpadas fluorescentes compactas, que são mais econômicas e possuem uma durabilidade maior.

Projetos inteligentes representam a preocupação com o conforto térmico das instalações, especialmente em regiões muito quentes como a nossa. Pensar na ventilação e na posição do sol antes de construir, é economizar no futuro. Cores fortes esquentam e exigem mais energia elétrica para iluminar o ambiente. Cores brancas e mais claras são mais indicadas. As dimensões do ambiente também devem ser avaliadas para escolha do aparelho de ar-condicionado mais adequado. Às vezes, um aparelho de menor potência é suficiente para o local. Além disso, o sol pode nos ajudar a esquentar água com a utilização de aquecedores solares, contribuindo para redução no consumo.

Enfim, existe um conjunto de medidas que pode contribuir para redução do consumo de energia elétrica e, consequentemente, para diminuição da conta. Muitas dessas ideias são de fácil implementação. Basta tomarmos a decisão de fazer uma gestão desse gasto, começando em nossas residências. Não devemos esperar chegar a próxima conta, comecemos agora. Que tal reunirmos nosso grupo familiar e estipularmos uma meta? Se a tarifa vai ter um reajuste de 13,16%, vamos propor uma meta de redução de 15% nos nossos kWh. Dessa forma, manteremos os gastos no nível anterior e estaremos ainda contribuindo para redução dos impactos ambientais ocasionados pelo processo de geração de energia.

Teomar Estevão Magri é engenheiro eletricista e gerente do Operação do Sistema da Cemat



URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/artigo/594/visualizar/