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Sexta - 07 de Janeiro de 2011 às 22:41
Por: Lourembergue Alves

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

Munique está longe de ser uma cidade grandiosa. Distancia-se bastante, nesse quesito, de Paris. Por outro lado, nem de longe apresenta traços arquitetônicos modernosos como os que se encontram em Madri, e, tampouco, suas ruelas podem ser relacionadas no mesmo quadro das de Lisboa. Mas ela se sobrepõe a todas em termos de simpatia, que se junta a dos rostos de seus moradores, formando assim uma bela paisagem.

Paisagem que não se modifica. Mesmo que se esteja no verão, onde a neve encobre tudo - praças, ruas, carros e calçadas.

Transforma, isto sim, a aparência da cidade. Porém jamais a simpatia que ela possui. O que leva o visitante a caminhar por suas artérias citadinas. "Não se importando" com o frio intenso, sobretudo nos pés. Pois o gelo deixa úmidos os sapatos, e essa umidade - aos poucos - se estende desde a ponta dos dedos até a canela. Os sapatos de sola de borracha protegem mais, contudo não impedem a dita umidade de fazer o seu percurso. Ainda que em menor intensidade. Assim como se percebe com as luvas, por mais grossas que elas sejam, e com o goro, apropriado para enfrentar o tempo friorento.

Apesar disso, vale a pena se deixar levar pelos encantos da cidade. Tudo muito bem distribuído, cuja organização vem a partir da estação de trem - uma das mais limpas que se pode deparar na Europa, além da mais organizada.

Organização e limpeza tomam conta do ambiente. Não apenas no lugar onde ocorre a maioria dos embarques e desembarque de passageiros. Mas, evidentemente, em toda a extensão urbana. Nesta é possível encontrar lojas do "mais fino gosto". O que pode levar a loucura o consumidor desatento. Pois a beleza das vitrines "ameniza" os altos custos dos produtos expostos. Até porque os tais produtos não são a forte atração de Munique. Sua atração turística se encontra, evidentemente, no desenho de seus prédios históricos, que não são muitos, porém o bastante para prenderem os visitantes. Sobretudo o edifício onde se acha erguido a Besuchem Sie das Cuvilliés-Theater, com suas poltronas e estrutura ainda do período em que era utilizado para os espetáculos. Lembra muito o formato do que também se vê em Minas Gerais, ou Ouro Preto ou Sabará - não se sabe ao certo em qual dessas duas cidades históricas.

Os museus, em pequeno número, igualmente são convidativos. Da mesma forma percebe-se com as igrejas. Particularmente a Catedral - rica em adorno - com seu órgão extraordinário - e para completar, quase no coração da cidade, adaptado em uma das torres, tão logo os ponteiros do relógio marcam as horas, os bonequinhos-bailarinos dançam suavemente, em um espetáculo de atração a parte.

Extasiante, também, é o palácio que servia de residência e de administração aos governantes da Baviera. Obra, realmente, de visita obrigatória. Passar pela cidade sem tê-la visitado é ter a sensação de não ter passado por Munique, a qual é verdadeiramente o cartão-postal da Europa em termos de simpatia, o que transforma a estadia em algo prazeroso, ainda que seja nessa época do ano, onde a neve é companhia diária.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escreve neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br



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