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Quinta - 18 de Novembro de 2010 às 20:20
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos.
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos.

O aumento do IPTU tem dominado os debates em Cuiabá. A prefeitura alega que há 13 anos não há nenhum reajuste do imposto. Que 66% das residências devem ter aumento entre zero e 200 reais. Algo como 26 mil casas não terão nenhum imposto.

Que Campo Grande arrecada mais de 160 milhões por ano e o daqui ficou em 23 milhões. Diz a prefeitura ainda que se arrecadar os esperados 150 milhões de reais por ano com o novo IPTU, seria também aumentado os repasses para a saúde e educação.

Quem não quer o aumento tem também suas alegações. Falam que o aumento médio será de 230%. Que casas populares terão aumentos entre 101% e 270% e se terá lugar que chegará 1.200%. Há uma movimentação para se ter milhares de assinaturas para, numa ação popular, levar o assunto de volta para a Câmara municipal.

A disputa está posta, mas a indagação da coluna vai em outra direção: Chico Galindo topa enfrentar essa discussão? Tem peito para esse enfrentamento?

Ele não é (ainda) da classe política. Veio da área empresarial. Outros prefeitos, em outras tentativas de aumentos, na hora que a opinião pública reagia, eles recuaram. É até natural, teriam que enfrentar próximas eleições e não gostariam de antagonizar o eleitor da capital.

Chico Galindo topa fazer essa necessária discussão? Tem receio de se ferir politicamente ou, mesmo que não conseguir o aumento, ao discutir o assunto, se chegue a outras conclusões sobre o IPTU ou como financiar melhor a prefeitura. Alguém um dia teria que fazer isso. Seria o atual prefeito?

Vou mais adiante ainda. Passada a batalha do IPTU, o passe livre de ônibus dos estudantes vai ter que ser discutido também. Hoje quem paga parte dele é a prefeitura. No caso, quem deveria ter os benefícios seria o estudante da escola municipal. Mas os estudantes das escolas estaduais e privadas também se beneficiam dele.

O prefeito topa também enfrentar esse debate? Os mais profissionais da política nunca querem esse enfrentamento. Galindo tem audácia para mais essa discussão complicada?

O governo do Estado deveria ajudar no passe livre. Não o faz com a alegação de que se der para Cuiabá terá que dar para o estado todo e o caixa não aguentaria. As escolas privadas nem falam nisso.

E quando há majoração de tarifa de ônibus, como a recente, o usuário acaba pagando por isenções como essa do passe livre. E, pior para a prefeitura, só ela sofre o desgaste pelo aumento.

O Galindo tem peito para mexer em vespeiros como esses? Ou, com receio de ser rechaçado pela população, ele recua, Repetindo o passado? Ou, ao contrário, vai em frente e com mais dinheiro em caixa, mais as obras do PAC, poderia fazer melhor administração e se dar bem na eleição de 2012?

Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos. E-mail: pox@terra.com.br; Site: www.alfredomenezes.com



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