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Terça - 09 de Novembro de 2010 às 16:57
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos

Convivo com pessoas que têm algumas frases feitas sobre os EUA e as esgrimem todas as vezes que há uma oportunidade. São frases sem sentido, quase de estudantes no início de alguma faculdade. Quem sabe nunca leram nada para valer sobre o verdadeiro EUA. Que, talvez, seja até pior do que essa gente imagina.

Conhecemos pouco dos EUA. Não se estuda para valer a história ou a economia ou o que seja da vida daquele povo. Falar nisso em certos círculos é como se fosse entreguista. Entreguista uma ova!

Acredito que um dos motivos por que os EUA têm ascendência na América Latina é porque estuda a região nos mínimos detalhes. Tem 24 centros de estudos latino-americanos nos EUA, em lugares e universidades diferentes. Não conheço nenhum no Brasil que estuda os EUA.

Existem 74 revistas acadêmicas nos EUA sobre a América Latina. De 1970 para cá foram publicados nos EUA mais de 285 mil artigos sobre a região, uma média de mais de seis mil por ano sobre as coisas daqui. E nós recusamos a estudá-los, num nacionalismo ou complexo cultural besta.

Não pense que eles estudam somente a América Latina, existem outros tantos centros que estudam a Ásia, Europa, Oriente Médio, tudo para entender melhor esses povos e ganhar mais dinheiro.

Talvez seja por causa desses estudos que os norte-americanos dizem que a América Latina nunca criou nada, em qualquer campo do saber, que ajudasse na evolução da humanidade. A frase dói, mas é aceita lá no mundo acadêmico e fora dele. Até o homem comum aceita a suposta inaptidão latino-americana.

Usando um pouco de exagero, com os satélites, eles sabem até o que a gente faz na piscina da gente no fim de semana. Você já entrou no Google-terra? Já viu a perfeição das fotografias sobre qualquer lugar do mundo, inclusive do quintal de sua casa? Você acha que o governo dos EUA ia permitir essa abertura do Google se não existisse algo ainda mais sofisticado no seu arsenal de "vigiar" o mundo ou seu vizinho mais ao sul?

O que sabemos deles são pela visão destorcida do cinema. Nossas crianças adotam os super-heróis de lá através dos cartuns num bombardeio subliminar que arrebenta com tudo. Veja quantos programas para crianças nós temos nas televisões brasileiras todas as manhãs. Esses desenhos animados chegam a servir de babás para muitas mães.

E nós achando que com gritos de fora não sei o que, inclusive por parte de alguns dirigentes, os estamos empurrando para longe de nossas coisas. Um erro de avaliação danado. Se não os estudarmos com seriedade vamos continuar a dar gritos estéreis contra eles. E não venha você ou outro qualquer achar que estudá-los é ser entreguista. Soa tão infantil.

Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com


 


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