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Segunda - 06 de Setembro de 2010 às 16:14
Por: Onofre Ribeiro

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Onofre Ribeiro é jornalista e Secretário de Comunicação Social de Mato Grosso
Onofre Ribeiro é jornalista e Secretário de Comunicação Social de Mato Grosso

Há cerca de dois meses assisti a uma palestra do jornalista Ricardo Amorim, no circuito de negócios da Aprosoja, em Cuiabá. Com o olhar nos cenários mundiais, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso promoveu palestras sobre política, pra entender os cenários, e sobre economia, pela mesma razão.

A palestra de Ricardo Amorim trouxe muito conforto em relação aos cenários mato-grossenses no futuro. Ele estava até um ano atrás em Nova York como membro do programa “Manhattan Conection”, da Globonews. Sua visão de mundo é muito interessante e traça os perfis resultantes da grande crise mundial iniciada em setembro de 2008 e que ainda massacra algumas economias do primeiro mundo. Uma das percepções diz respeito à perda do poder dos EUA como a maior economia do mundo, e da União Européia, que passa a viver crises entre países do bloco.

Já a China desponta no cenário como um protagonista novo e determinante dos rumos futuros na economia mundial. E citou alguns dados que seguem. Todos os anos 50 milhões de chineses saem do campo e se mudam para as cidades, deixando de produzir a sua comida. Nas cidades eles consomem mais porque ganham mais. Isso significa mais importação de alimentos.

A China está preparando mega-cidades para sua população, de olho no seu novo papel diante do mundo. Estão sendo construídos, por exemplo, 80 metrôs simultaneamente. Imagine-se a demanda de cimento e de ferro. Para atender a essas mudanças, a China quer estabelecer parcerias fortes com o Brasil no sentido de ter garantias de fornecimento de alimentos a preços competitivos para a sua população.

Para isso, está disposta a fazer grandes investimentos no Brasil em infra-estrutura, para garantir comida e preços. Da palestra retiro essas informações apenas, porque as demais são de caráter mais genérico, embora sempre valorizando o passe do Brasil como o terceiro país na escala: China, em seguida a Índia no futuro próximo e Brasil na mesma onda de emergência dos países do terceiro milênio.

Onde entraria Mato Grosso nesses cenários extra-território local?

O seu potencial já construído de produtor de alimentos é uma credencial muito forte. Mais a disponibilidade de áreas a serem cultivadas, somadas com o uso intensivo de tecnologias já consagrado, mais a existência de empreendedores experientes e a solo e clima, são as credenciais mais importantes. Como nosso gargalo é a infra-estrutura de logística, aliada à necessidade de capilarizar as vias de escoamento interno, mais hidrovias e ferrovias, surge aí um mercado de investimentos chineses fantástico.

Tenho estudado esses cenários e acabo sempre caindo num ponto um tanto subjetivo, mas que nem por isso deixa de ser digno de registro e de crédito: a profecia de Dom Bosco, feita na Itália em 1883:“... eu enxergava nas vísceras das montanhas e nas profundas da planície. Tinha, sob os olhos, as riquezas incomparáveis dessas regiões, as quais, um dia, serão descobertas. Eu via numerosos minérios de metais preciosos, jazidas inesgotáveis de carvão de pedra, de depósitos de petróleo tão abundantes, como jamais se acharam noutros lugares. Mas não era tudo. Entre os graus 15 e 20, existia um seio de terra bastante largo e longo, que partia de um ponto onde se formava um lago. E então uma voz me disse, repetidamente: ‘Quando vierem escavar os minerais ocultos no meio destes montes, surgirá aqui a Terra da Promissão, fluente de leite e mel. Será uma riqueza inconcebível’.”
Voltarei ao assunto.

Onofre Ribeiro é jornalista e Secretário de Comunicação Social de Mato Grosso
onofreribeiro@terra.com.br



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