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Quarta - 21 de Julho de 2010 às 21:41
Por: Alfredo da Mota Menezes

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Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta
Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta

Silval, Wilson e Mauro passaram por gretas e desfiladeiros antes de consolidarem suas candidaturas ao governo.

A do Silval Barbosa foi um longo trajeto. Antes havia no grupo a candidatura do Luiz Pagot. Se ela se mantém, só com o PMDB, era difícil o Silval emplacar a sua. Desde 1990, o PMDB não lançava candidato ao governo. Toda a estrutura tinha sido voltada para ajudar em eleições do Carlos Bezerra.

O primeiro trabalho do Silval foi contornar, sem confronto, a liderança do Bezerra no PMDB. Ninguém sobrara no partido nos tantos confrontos com ele ao longo dos anos.

O caminho melhorou um pouco para o Silval quando o Pagot desistiu da candidatura. Daí em frente, o Silval passou o tempo todo cortejando não mais o Bezerra, mas Blairo Maggi. Um exemplo talvez ilustre essa ação.

Em Rondonópolis, o Silval ficou contra o candidato do seu partido, José do Pátio, para apoiar o Adilton Sachetti, candidato e amigo do então governador. Teve e tem o Zé do Pátio contra ele, mas conseguiu ganhar a confiança do Maggi e do grupo. Contornar o Bezerra sem guerra e ganhar o apoio do Maggi foi o longo trabalho do Silval. Ele foi jeitoso, como diria o ACM.

Para chegar à candidatura, Wilson Santos teve trepidações enormes na caminhada. O bombardeio em cima dele foi um dos maiores que assisti em muitos anos. Ficou sem apoio na mídia e qualquer ação errada era mostrada em tons superlativos contra ele. E não faltaram casos.

Operação Pacenas foi um prato gigante. Rodrigo Figueiredo, Silval e Blairo aproveitaram o assunto para bombardear o prefeito da capital porque não tinha "competência" para realizar as obras do PAC.

Mesmo a Justiça em Brasília matando a Operação Pacenas, o prefeito não teve folga. Veio a greve dos médicos e o caso ETA-Tijucal. Outra vez aqueles que não queriam sua candidatura foram em cima com quatro pedras em cada mão. Cheguei a pensar que ele iria desistir, ficaria na prefeitura para realizar as obras do PAC e estaria por perto das obras da Copa. Foi determinado, é candidato.

Mauro Mendes apanhou muito também. Chegou um momento que pareceu que iria jogar a toalha quando falou em limites da paciência.

O candidato tinha que, diariamente, desmentir que o PPS não ficaria com ele. Ou que não era verdade que Carlos Lupi, dono do PDT, levaria o partido para apoiar o Silval por causa do palanque da Dilma. Sem o PDT e o PPS não se teria candidatura.

E ainda se teve, por algum tempo, a má vontade do Waltenir Pereira, presidente do PSB, com a candidatura com receio de não ser eleito deputado na chapa do Mauro.

Se o Mauro se afasta naquele momento estava morto politicamente no estado. Ao passar por aquele corredor polonês mostrou que pode participar do jogo bruto da eleição para governador.

Desde a volta das eleições diretas para governador em 1982 é a primeira vez que se apresentam três candidaturas viáveis no estado. Mato Grosso ganhou.

Alfredo da Mota Menezes escreve em A Gazeta às terças, quintas e aos domingos. E-mail: pox@terra.com.br; site: www.alfredomenezes.com



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