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Domingo - 28 de Março de 2010 às 09:35
Por: Renata Mielli

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Renata Mielli é jornalista e editora
Renata Mielli é jornalista e editora

A tendência de crescimento da ministra Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto mostra-se mais consistente a cada aferição. O levantamento do Ibope, divulgado quarta-feira (17), mostra a candidata com 30% das intenções de voto contra 35% de José Serra. Dilma cresceu 13 pontos, enquanto Serra caiu 3 na comparação com a pesquisa Ibope de novembro.

Mas este não é, na minha opinião, o principal dado deste levantamento. O mais significativo são as intenções de voto espontâneas, ou seja, o entrevistador chega e antes de qualquer outra pergunta questiona: Se as eleições fossem hoje, em quem você votaria para presidente?, ou algo mais ou menos assim. Nestas condições, Dilma Rousseff tem 14% das intenções de voto, enquanto José Serra aparece em segundo lugar, com 10%.

Porque isso é importante? Porque este voto é, talvez, o mais consolidado, o que tem menos volatilidade. Há pouco mais de 7 meses da eleição, o eleitor que respondeu essa pergunta de bate pronto já está com sua decisão tomada.

Este dado, ao lado de outros resultados da pesquisa, mostra que o potencial de crescimento da ministra Dilma Rousseff é bem maior que o do governador paulista.

Vejamos: O pré-candidato mais conhecido da população, segundo o Ibope, é José Serra, com 65% dos entrevistados dizendo que o conhecem bem ou “mais ou menos”. Não é para menos. Serra é figura pública há muitas décadas, já exerceu vários cargos executivos e foi candidato à presidente da República na última eleição.

Dilma, ao contrário, tem menos estrada que Serra, mas seu nível de conhecimento tem crescido bastante, passando de 32% na última pesquisa para 44%. Natural, portanto, que sua rejeição tenha despencado, afinal, costuma-se rejeitar aquilo que não se conhece. Assim, os índices de rejeição à Dilma caíram de 41% em dezembro para 27% em março. A permanecer a tendência de maior exposição da ministra, com ampliação do seu conhecimento, pode-se esperar que essa rejeição continue caindo para números menores que a rejeição de José Serra.

Tudo isso somado à intenção majoritária do eleitorado brasileiro em votar num candidato ou candidata apoiado pelo atual presidente, Lula, as possibilidades de Dilma aumentam ainda mais. O levantamento do Ibope mostra que 53% dos entrevistados se dizem inclinados a votar em alguém que tenha o apoio de Lula.

Acontece que 42% dos entrevistados não souberam responder quem é o candidato apoiado pelo presidente. Olha ai mais uma avenida de possibilidades para o crescimento de Dilma.

Ao contrário, apenas 10% declararam que vão destinar seus votos a um candidato de oposição. Com este dado, Serra vai ter que rebolar para construir o seu discurso.

Todos esses dados estão circunscritos a uma conjuntura política extremamente favorável ao governo. Este levantamento registrou o recorde para a avaliação positiva do governo do presidente Lula: 75% consideram o governo Lula “ótimo” ou “bom”, enquanto 5% afirmam que é “ruim” ou “péssimo”. Há três meses, esses percentuais correspondiam, respectivamente, a 72% e 6%. A aprovação ao presidente também está nas nuvens, 83% aprovam a forma como Lula governa o país e 13% desaprovam.

É por isso que o vídeo postado no blog do Miro, que eu reproduzo aqui, está altamente em sintonia com a situação política atual.

*Renata Mielli é jornalista editora das Revistas Movimento, Presença da Mulher e Segundo, mantém o Blog Janela sobre a Palavra



URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/artigo/768/visualizar/