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Domingo - 15 de Janeiro de 2017 às 22:13

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Lourembergue Alves é professor e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor e articulista de A Gazeta

Volta e meia, a obra do VLT é jogada sobre a mesa de discussão. Isto se repete em demasia, provocando insatisfação e descontentamento da população.Esta situação há muito, já deveria ter sido solucionada. O governador Silval Barbosa se mostrou incompetente para tocá-la, assim como também foram incompetentes os ex-prefeitos cuiabanos, Galindo e Mauro Mendes, e os ex-prefeitos várzea-grandenses, Wallace Guimarães e Lucimar Campos. Pois estes ex-prefeitos, na condição de prefeitos, se recusaram a assumir seus reais papéis: o de acompanharem e o de participarem de todo o processo.

Neste quadro de incompetência, tiveram participação destacada e com louvor os deputados estaduais da legislatura passada (alguns deles continuam lá até hoje), pois não fiscalizaram, nem cobraram como deveriam fazê-los, o governo do Estado.

O hoje tucano, quando ainda era pedetista e encontrava-se em campanha eleitoral em 2014, prometeu concluir a dita obra. Prometeu dezenas de vezes. Foi eleito, assumiu o cargo e determinou auditorias nas obras e nos contratos. Agiu corretamente. Chegou, aliás, de ser elogiado por esta coluna. Mas pecou sobremaneira ao judicializar a obra do VLT. São quatro processos de judicialização. A judicialização empurrou para frente uma decisão que carecia ser tomada com urgência, empacando assim a negociação. Obra parada é obra mais cara.

Para complicar o quadro, o governo não apresentou, nem sequer pensou ou discutiu um plano de conclusão da referida obra. O muito que realizou foi contratar uma empresa para analisar o seu custo, até para contrapor a proposta encaminhada pelo Consórcio, o qual pedia um valor exorbitante para a retomada e conclusão.

Agora, mais de dois anos de mandato, parece que as coisas tomaram outro rumo. O que resultou, segundo o secretário de Cidades do Estado, Wilson Santos, em um acordo entre o governo e o Consórcio. Inclusive no que diz respeito a valores.

Populares sentiram certo alívio, esperançosos de que a obra do VLT poderia recomeçar. E já neste semestre. Mas, a intenção de retomada dela foi considerada, pelo deputado Oscar Bezerra, como um ‘patrolamento‘ sobre a Assembleia Legislativa. Isto porque, segundo esse parlamentar, a suposta retomada da obra desrespeita o relatório da chamada CPI das Obras da Copa do Mundo. Este relatório, de acordo com ele, indicou ‘fortes indícios de existências de vícios insanáveis no contrato com o Consórcio‘. Criando, então, um impasse.

Impasse que provocou uma situação de confrontos. Situação que, infelizmente, passou a ser ‘debatida‘ entre o secretário de Cidades e o deputado Oscar Bezerra, por meio da imprensa. Ambos cometem um grave erro. Erro que se agiganta por conta da displicência e da inabilidade do Legislativo e do governo estadual. Nem este, tampouco aquele foi capaz de consertar ou diminuir o problemão criado. Problemão que realça o desentendimento. Desentendimentos são desfeitos quando as partes se sentam em torno da mesa para conversar e negociar. E, por outro lado, não parece ser tarefa do Parlamento atrapalhar o Executivo. Mas, isto sim, ajudá-lo. Ajuda que se dá, inclusive, por meio de apontamento dos desacertos. É isto.

Lourembergue Alves é professor e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br.



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