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Domingo - 29 de Janeiro de 2017 às 20:34

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Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta
Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta

Trocas e substituições nas equipes dos governos são comuns. Mesmo que seja um ou outro secretário. Pois são bastante corriqueiras as cobranças e as exigências dos políticos e partidos aliados. Estes não participam de uma campanha eleitoral pelos belos olhos ou pela boa forma física do cabeça-de-chapa. Mas, isto sim, por espaços no cenário construído, ou que venha a ser construído, e por cargos. Portanto, o governador mato-grossense não seria o único que ficaria longe das pressões partidárias. Sofreu, aliás, quando montou o seu secretariado antes de tomar posse. Tanto que partidos e políticos, ao contrário do que se diz, tiveram seus indicados aproveitados. Agora, o governador promove mudanças no seu secretariado e mexe com alguns postos do segundo escalão.

E, antes que um ou outro (e) leitor imagine ou é levado a pensar que as tais substituições têm unicamente como meta o desempenho do governo. Nada disso. As trocas não melhoraram substancialmente o que já se tinha (exceto no Gabinete da Comunicação). Isto porque as tais trocas estão sendo feitas por uma única razão: as eleições de 2018 - a tentativa de garantias da reeleição. Não há nada de ilegal ou de imoral nisso. Até porque é uma prerrogativa do chefe do Executivo trocar ou não seus auxiliares diretos. E é, igualmente, um direito seu procurar a viabilização de sua reeleição.

Mas, mesmo assim, deveria ser efetuada mediante certo planejamento. As estratégias precisam ser pensadas com cuidado. Mas, infelizmente, isso não vem ocorrendo. Tanto não vem que se criou uma crise dentro da situação, com o PSD exigindo também igual espaço concedido ao PSB. Foi preciso o vice-governador e presidente regional da sigla procurar diminuir o descontentamento dentro de sua agremiação partidária, sem, contudo, ter alcançado o êxito almejado, pois são conhecidos os agentes políticos insatisfeitos.Insatisfação que se somou ao descontentamento do DEM. O que promoveu a especulação em torno de uma suposta candidatura ao governo do Estado pela maior liderança das fileiras democratas. Especulação repetida pela imprensa. O que esquentou a briga por espaço na atual gestão.

Esta briga promove instabilidade, além de deixar como herança dissidências silenciosas. E são essas dissidências que promovem estragos insanáveis. Elas exerceram papéis importantes, por exemplo, nas eleições de 2002, quando o PSDB perdeu o governo e a vaga para o Senado.

Por outro lado, a recente derrota do tucano para a prefeitura cuiabana foi ajudada por um grupo de peessedebistas descontentes. Este grupo votou no peemedebista-adversário.

Portanto, é preciso também planejar para fazer as trocas corretas no corpo do secretariado, até para se evitar desgastes internos. Desgastes que tendem a aflorar, trazendo prejuízos enormes. Bem mais quando esses desgastes provocam insatisfações internas. Isto porque a briga dos partidos é por espaços, não pelo melhor desempenho do governo, nem pelo melhor projeto de governo. Eis, aqui, um grandioso problema. Problema que se amplia porque os anseios e os desejos da população são, infelizmente,ignorados. Aliás, como sempre. É isto.

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: lou.alves@uol.com.br.



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