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Segunda - 01 de Maio de 2017 às 09:17

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Ao se procurar imagens na Internet sobre o tema 'trabalhadores', é difícil encontrar referências àqueles chamados intelectuais, ou seja, que não atuam na indústria ou no campo. Os chamados 'trabalhadores de colarinho branco' não são um assunto comum.


Isso levar a refletir sobre a natureza do fazer intelectual. É comum que artistas plásticos, por exemplo, encontrem dificuldades, no começo de carreira, para dar um preço ao que fazem. Nem me refiro aqui ao diálogo com o mercado, mas, muito mais, com si mesmos, porque a concepção de que uma pintura é um trabalho costuma ser complexa.

A começar pela família, a arte surge como uma atividade prazerosa e, sendo assim, não deveria ser remunerada. Se a pessoa se diverte desenhando, por que deveria cobrar por isso? Todos pedem quadros de graça ao artista iniciante, mas, guardando as proporções, ninguém solicita uma cirurgia gratuita a um residente.

É desafiador conceber o trabalho intelectual como um fazer que demanda, por exemplo, espaços de ócio criativo ou que permite não sair de casa. Um criador sequer tem lazer de fato, pois ver um filme ou ler um livro acaba se integrando de uma maneira visceral com seu trabalhar.

Por tudo isso, Feliz Dia do Trabalho a todos)!

Oscar D'Ambrosio, doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais




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