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Domingo - 28 de Setembro de 2014 às 09:03
Por: Alexandre Garcia

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Aproveitando a discussão sobre os dados certos ou errados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio(PNAD) sobre desemprego e distribuição da renda, quero lembrar que ninguém - nem o IBGE nem o governo - corrigiu os números divulgados sobre analfabetismo no Brasil. Tenho, pois, que 13 milhões de brasileiros com mais de 15 anos são analfabetos. Só para lembrar, mais da metade - 54% - estão no Nordeste. E, como se sabe, isso não os impede de votar. Analfabetismo é uma barreira fortíssima para o discernimento político, mas isso não obstrui o direito e dever de votar.

O que as pesquisas não mostram é o número assustador de analfabetos funcionais. Pessoas que conhecem as letras, assinam o nome, conseguem ler e escrever, mas não conseguem entender bem o que lêem nem conseguem formar uma frase, escrever um bilhete. Estudos dizem que são 75% por cento da população; outros, que essa é uma projeção otimista. O analfabetismo funcional permeia todas as classes sociais, do pobre ao rico. Assim como a ruindade do ensino vai do fundamental ao superior.

Pesquisa da ONG Ação Educativa e do Instituto  Paulo Montenegro, afirma que 38% dos estudantes universitários se enquadram na classificação de analfabetos funcionais. Tenho ouvido entrevistas de professores na TV e percebo que  muitos deles têm dificuldade em construir uma frase. A língua oficial brasileira, como determina o art. 13 da Constituicão, não é de todo conhecida pela Presidente da República. Acabo de ouvi-la pronunciando “subzídio”, e enviando “comprimentos” aos telespectadores. E quem quer ser presidente, Marina Silva, no mesmo dia, cometeu o pleonasmo de “outras alternativas”.

Por falar em pleonasmo, fico me perguntando porque entrou com mais força que o ebola a praga de repetir o sujeito: “O governador, ele disse...”; “O médico, ele receitou...”; “A polícia, ela investiga...”. Não entendo por que não se diz o simples: “o governador disse, o medico receitou, a polícia investiga...”. Pegou como praga esse anacoluto, inclusive em repórteres e redatores. É que falta qualidade de ensino até para consolidar a Língua, que é um fator de nacionalidade. E falta, no dia-a-dia, a necessária leitura, que dá discernimento para votar.

Alexandre Garcia é jornalista em Brasília 



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