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Terça - 08 de Agosto de 2017 às 19:14

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Renata Viana é advogada, Consultora Politica
Renata Viana é advogada, Consultora Politica

No dia em que a Lei Maria da Penha comemora 11 anos de implantação no Brasil, é importante anotar alguns dados. Só neste meio ano de 2017, 28.743 mulheres foram agredidas no País. A cada 2 segundos, uma mulher é vítima de agressão física ou verbal. Os dados nacionais podem ser conferidos no portal www.relogiosdaviolencia.com.br.

Pelos dados apurados, Mato Grosso ocupa a 5º colocação nacional no número de mortes de mulheres por violência. Enquanto no Brasil o índice é de 4,6 mortes de mulheres por violência para cada grupo de 100 habitantes, no nosso estado o número é 7,0 por cada grupo de 100.

Os dados alarmantes apontam que entre 2004 e 2014, 998 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso.

Mas muito mais que estatísticas, o que chama a atenção é a falta de uma ação prioritária dos gestores, no sentido de criar uma mínima rede de proteção contra a violência que as mulheres sofrem, principalmente no ambiente doméstico, mas também em outros ambientes.

Embora o disque 180 seja uma arma para as denúncias, ainda é inconcebível a falta de Delegacias Especializadas da Mulher. Para mudar a situação é preciso atitude e ação efetiva na execução do orçamento público para essa finalidade.

Se muito temos para comemorar, muito mais teremos que fazer para ampliar as conquistas das mulheres, o chamado “empoderamento”. Em todos os níveis sociais e em todas as camadas do extrato social, urge implementar ações voltadas para este fim.

Mas a principal mudança de atitude deve partir de nós mulheres. Levando o debate para o nosso ciclo de convivência, seja dentro do lar, na comunidade, na cidade e no estado. Precisamos ampliar nossa representatividade política para que a discussão se amplie para níveis de gestão pública.

Se na Câmara Municipal da nossa capital não temos uma só representante do sexo feminino e na Assembleia Legislativa apenas uma, é preciso conscientizar a sociedade que o espaço que queremos não será conquistado por benevolência, mas pela escolha consciente que é preciso ocupar esses espaços.

A vida de nossas mulheres ainda corre riscos, simplesmente pelo fato de sermos mulheres. É hora de atitude. É hora de mudar essa realidade. É hora de começar a virar esse jogo. Vamos ocupar o espaço e lutar pelas nossas conquistas.

Renata Viana é advogada, Consultora Politica associada à Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP) e apresentadora do programa de rádio “Mato Grosso da Gente“, na Metrópole FM em Cuiabá.



URL Fonte: http://toquedealerta.com.br/artigo/962/visualizar/